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Lisboa (ptp010/16.06.2018/09:30) - A doença de Parkinson tem uma evolução diferente nas mulheres e nos homens e, pela primeira vez, um estudo recente apresenta provas neurofisiológicas. "Estudos demográficos demostraram que os homens têm uma propensão duas vezes maior de serem afetados pela doença de Parkinson do que as mulheres. No entanto, não era claro se existia uma fisiopatologia específica do sexo assim que os primeiros sintomas apareciam", disse a Dra. Maja Kojovic, do Centro Médico da Universidade de Liubliana, na Eslovénia, no 4.º Congresso da Academia Europeia de Neurologia (EAN), em Lisboa.
As alterações funcionais podem ser detetadas numa fase inicial da doença de Parkinson no córtex motor primário (M1) com estimulação magnética transcraniana (TMS). A equipa internacional de investigação levantou a hipótese de que as diferenças fisiopatológicas relacionadas com o sexo surgiriam em diferentes resultados de TMS do M1.
Foram estudados 39 novos doentes diagnosticados com doença de Parkinson (23 homens, 16 mulheres), utilizando a Escala UPDRS (Unified Parkinson`s Disease Rating Scale - Escala unificada de avaliação da doença de Parkinson), uma ferramenta de avaliação abrangente para os efeitos adversos da doença de Parkinson. Posteriormente, mediram-se os seguintes parâmetros, por TMS, no grupo de doentes e num grupo de controlo saudável: limite de estimulação motora do cérebro, curva de entrada e de saída (IO), inibição intracortical curta (SICI), período de silêncio cortical (CSP) e facilitação intracortical (ICF). Além disso, mediu-se a plasticidade do cérebro com a ajuda da estimulação associativa emparelhada (PAS).
Os testes da UPDRS não revelaram diferenças entre os sexos. No entanto, nas mulheres, a curva de entrada e de saída (IO) no lado do cérebro mais afetado pela doença de Parkinson foi menos acentuada do que nos homens.
As mulheres com doença de Parkinson também tiveram uma inibição intracortical curta (SICI) mais bem preservada do que os homens e tiveram tendência para uma melhor resposta ao protocolo de PAS no lado menos afetado pelos sintomas da doença. No entanto, não se encontraram diferenças específicas do sexo no limite de estimulação motora do cérebro, na facilitação intracortical nem no período de silêncio cortical. No grupo de controlo saudável, não se encontraram diferenças em nenhum dos parâmetros de estimulação magnética transcraniana entre os sexos.
Dra. Kojovic: "As diferenças específicas dos sexos que pudemos mostrar nestas medidas são evidências de diferenças fisiopatológicas numa fase inicial da doença de Parkinson não tratada. O sexo também pode ser um fator relevante para a escolha da terapêutica."
Fonte: Abstract 4th EAN Congress 2018 EPR2048 A K. Kolmancic et al: Gender differences in Parkinson's disease: transcranial magnetic stimulation study of newly diagnosed and drug-naive PD patients
(end)
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